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Mostrando postagens de setembro, 2018

Ao ataque! (Geraldo Alckmin)

Imagine que você seja um candidato que quer atrair os apoiadores do seu opositor ou, melhor dizendo, quer que os eleitores do seu concorrente mudem de lado e votem em você. Só que a eleição é em um semana e, por isso, estratégias lentas não seriam eficazes: foi decidido, assim, que seja feito um ataque frontal e agressivo. A questão nesse momento é, então, como fazer esse ataque . Este é um assunto que pode ser bastante delicado e complicado e, por isso, muito interessante de ser analisado Novamente, analiso uma parte do programa eleitoral do candidato à presidência da República GERALDO ALCKMIN (clique no link para assistir) pois ele está vivendo a situação que descrevi acima. Será que ele está tomando todos os cuidados necessários? O QUE FAZER? Um discurso falado/ouvido é diferente de um texto escrito. Um texto escrito permite que o leitor releia o conteúdo, volte ao parágrafo anterior, pense com calma e analise tudo antes de dizer que entendeu o texto. Em um texto falad

Apimentando Geraldo Alckmin

Analisando esse programa eleitoral em particular, do candidato GERALDO ALCKMIN , consigo observar vários pontos que tornariam o argumento do candidato bem mais persuasivo, contundente e eficiente. Não vou escrever agora sobre todos pois prefiro me ater a um ponto bastante simples, que é uma falha muito comum que todos cometemos.  O QUE FOI DITO Após uma história comovente sobre a crise na Venezuela (assista ao vídeo completo no link acima ), que termina mostrando que o ex-Presidente LULA e o deputado JAIR BOLSONARO  apoiaram em algum momento o venezuelano HUGO CHÁVEZ , o candidato Geraldo Alckmin aparece em cena e diz: " Talvez esse seja um dos momentos mais delicados da nossa Democracia. O risco de o Brasil se tornar uma nova Venezuela é real, a partir dos extremismos que estão colocados nessa eleição. Por um lado, o extremismo de um deputado que já mostrou simpatia por ditadores como Pinochet e Hugo Chávez, que já defendeu o uso da tortura, que acha normal que mu

No lado esquerdo do Octagon, Fernando Haddad

Em entrevista ao Jornal Nacional da Rede Globo, no dia 14/09/2018, o candidato à Presidência da República FERNANDO HADDAD passou quase o tempo todo se defendendo de críticas a membros do seu partido e, no geral, a entrevista poderia ser resumida num "bate-boca". Nada foi falado sobre propostas ou plano de governo. Será que o candidato poderia ter conduzido a conversa de alguma outra maneira, logo de início? O PROBLEMA Como será que o candidato se preparou para essa entrevista? Os jornalistas WILLIAM BONNER e RENATA VASCONCELLOS iniciaram a entrevista com uma questão que pautou todo o encontro: " Nem Lula, nem Dilma, nem o PT jamais fizeram uma autocrítica (...) como é que o senhor vai convencer o eleitor (...) se não há um pedido de desculpas ao povo brasileiro pelos bilhões desviados por causa da corrupção? " Na entrevista, o candidato toma como postura defender Lula, Dilma e o PT, lançando mão até de acusações contra outros partidos e contra

Paulo Skaff e o Escafandro

Assistindo à  entrevista do candidato PAULO SKAFF  ao governo do Estado de São Paulo, observamos o apresentador CÉSAR TRALLI fazendo perguntas bastante agressivas. Essa "violência" se deve à estrutura linguística - que explicarei melhor a seguir - e normalmente obriga que a outra parte tenha muita calma e consciência para responder. É bom que todos nós estejamos preparados para perguntas como essa, não só os candidatos! Coloquei no título desse post a palavra "escafandro" não só pela similaridade fonética com o nome "Skaff" mas porque cada pergunta do apresentador parecia uma tentativa de "afogar" o candidato em um mar de  pressuposições . O "escafandro" é uma metáfora para as estratégias que podem ser tomadas com o objetivo de não nos afogarmos em situações como a que o candidato teve que enfrentar. AS PERGUNTAS do  CESAR TRALLI O apresentador fez várias perguntas como estas: "Candidato, em investigações promovida

General Mourão e a Tripla Herança

O candidato à vice-presidência da República General Mourão fez uma declaração que se tornou polêmica e que, posteriormente, obrigou o candidato a ter que dar explicações atrás de explicações durante seguidos encontros com jornalistas. A declaração foi a seguinte: DECLARAÇÃO www.youtube.com/watch?v=0yvbkVvBkZg “Nós carregamos dentro de cada um uma herança cultural tripla. Nós temos a herança cultural ibérica, que é a do privilégio e da sinecura: todo mundo quer se dar bem. Temos a herança cultural indígena, que é da indolência:é o índio fica deitado na rede e a mulher cavando lá, carregando filho. E temos a herança cultural africana, que é a da magia: “vai dar certo, vai dar tudo certo”... a malemolência, o samba, a embaixadinha. Nós temos que romper esse ciclo!”  Ele foi questionado em relação a essa fala sendo acusado, dentre outras coisas, de ter feito um comentário racista. O QUE ELE RESPONDEU https://www.youtube.com/watch?v=vaTwggV5Yk8 (min 21:03)

A Pergunta do Ciro Gomes

Neste post, vou analisar um detalhe da fala do candidato CIRO GOMES e propor uma mudança. É uma alteração pequena que faria grande diferença: A FALA DO CANDIDATO “Você que é mãe ou pai, gostaria de ver seu filho cursando o Ensino Médio em tempo integral na escola pública e ao mesmo tempo aprendendo uma profissão, passando o dia inteiro na escola, fazendo três refeições e com estágio profissional em empresas pago pelo Governo? Isso é possível e já existe no Ceará. Minha proposta é levar para todo o Brasil. Confira no meu site cirogomes ponto com ponto br. Eu tenho pouco tempo de TV mas muitas ideias para mudar o Brasil.” ( www.youtube.com/watch?v=qmYlvUUJPPc ) QUAL O PROBLEMA? Ler um texto e escutar um texto são processos mentais diferentes. Em um discurso falado , frases curtas são mais impactantes que frases longas enquanto, em um texto escrito, como o leitor pode ler e reler um trecho complicado até que o entenda, a frase ser curta ou longa tem menos importância. No caso que

Henrique Meirelles X Barack Obama

No post de hoje, faço um comentário sobre a fala do candidato HENRIQUE MEIRELLES no programa eleitoral de ontem, dia 08/09/2018, que me trouxe à memória um discurso antigo em que o BARACK OBAMA falou sobre um tema parecido. O candidato traz o seguinte tema: As pessoas estão brigando entre si em função de ideologias políticas, sendo que essas brigas e separações atingem amigos e familiares o que, além de triste, não é algo que resolverá qualquer problema. O que resolve o problema é quem ajuda. Muito bem… mas como o Meirelles diz isso? Será que seu texto poderia ser melhorado se usasse algo do discurso do Barack Obama? FALA DO HENRIQUE MEIRELLES   www.youtube.com/watch?v=8tZWqHNrVPM Voz locutor: Posso fazer uma pergunta? Qual a cor do desemprego? Azul ou Vermelha? E a pobreza, é de esquerda ou de direita? E a violência? Na hora de atirar, o bandido pergunta em quem a vítima votou na última eleição?  Voz Meirelles: Se os problemas não têm cor política, as so

Ana Amélia e a Igualdade de Gêneros

Ontem, dia 06/Set/2018, escutei o pronunciamento da candidata Ana Amélia, vice do Geraldo Alckmin à Presidência da República, no Programa Eleitoral da TV: " 7 de Setembro, dia que nosso país comemora a Independência. Infelizmente, milhões de brasileiros não têm o que comemorar. Em especial nós, mulheres brasileiras, que sofremos todos os dias com a desigualdade, o preconceito, e a violência. Isso tem que acabar! Estou nesta eleição para ajudar a mudar essa realidade. Por isso, escolhi estar ao lado de alguém experiente, sensível, capaz de fazer as mudanças que o Brasil tanto precisa: Geraldo Alckmin, médico e homem público de grande experiência." ( www.youtube.com/watch?v=_qh_LS7w84s ) Eu estava correndo na esteira quando escutei essa fala na TV da academia e pude notar uma moça também assistindo. Logo após, essa moça balança a cabeça negativamente, com um sorriso irônico no rosto e vai embora. Quais os problemas desse discurso? OS PROBLEMAS Em primeiro luga